Posts filed under ‘Ladislau Dowbor’
Walden Bello – Asian Infrastructure Investment Bank (AIIB) – Abril – 2015, 2p.
Importante análise de Walden Bello sobre a dimensão financeira da multipolaridade, agora reforçada com a criação de um banco de investimento asiático com iniciativa chinesa mas com participação também de países europeus que não querem perder chances de contratos. Claramente, isto desloca a centralidade do Banco Mundial e do FMI, e vai na mesma direção das recentes iniciativas dos Brics na reunião de Fortaleza: “China’s move to found the AIIP is the third major initiative it has been involved with in less than a year to establish multilateral alternatives to the World Bank and the International Monetary Fund (IMF). Last July, during the BRICS (Brazil, Russia, India, China, South Africa) summit in Fortaleza, Brazil, it was central in setting up the New Development Bank, to which it and its partners would contribute $100 billion as initial capitalization for the institution. At the same gathering, China and its BRIC partners also set up the Contingency Reserve Arrangement, a thinly veiled alternative to the IMF to assist BRICS and eventually other developing countries suffering from balance of payments crises.” Artigo curto mas que foca bem um deslocamento importante dos equilíbrios internacionais.(L. Dowbor)
1 de abril de 2015 at 12:58 lenitaveronica Deixe um comentário
Gar Alperovitz e outros – The Next System – March 2015, 21p.
As tensões sistêmicas estão se aprofundando. Envolvem os dramas ambientais (água, solo, clima, biodiversidade…) e sociais (fome, emprego, desigualdade, violência), bem como o absurdo dos recursos servirem a especulação financeira em vez de responder aos desafios. Iniciativa importante de Gar Alperovitz, Gus Speth, Jeffrey Sachs, Robert Reich e muitos outros de lançar uma plataforma de construção de uma alternativa sistêmica. Segundo os organizadores, “Today’s political economic system is not programmed to secure the wellbeing of people, place and planet. Instead, its priorities are corporate profits, the growth of GDP, and the projection of national power. If we are to address the manifold challenges we face in a serious way, we need to think through and then build a new political economy that takes us beyond the current system that is failing all around us. However difficult the task, however long it may take, systemic problems require systemic solutions.” (L. Dowbor)
31 de março de 2015 at 17:14 lenitaveronica Deixe um comentário
Ladislau Dowbor – The current financial system jams the country’s economic development – fev – 2015, 12p
Inequality is exploding. Oxfam is spreading the word and the figures, Crédit Suisse shows us where the wealth is going, Thomas Piketty shows how it works in rich countries. The money has to come from somewhere: this paper presents the Brazilian equivalent of the overall financialization system. The important initiative to promote inclusion, jobs and unrequited transfers to the poor during the Lula and Dilma administrations has produced excellent results. But the financial system of income and wealth concentration has caught up with the initiatives and is stalling the Brazilian economy through huge interest rates on consumers, investors and the public debt. See the mechanism and the numbers in this short report. All figures are referred to primary sources through links, and easy to check. (L. Dowbor)
5 de fevereiro de 2015 at 19:39 lenitaveronica Deixe um comentário
Ladislau Dowbor – O sistema financeiro atual trava o desenvolvimento econômico do país (Versão atualizada) – fev – 2015, 14p.
Quanto mais se aproximam as eleições, mais somos bombardeados por notícias catastróficas sobre a economia, de preferência acusando a gestão atual. Com a forte ideologização do debate deixa-se de lado o óbvio: a esterilização dos recursos do país através do sistema de intermediação financeira, que drena em volumes impressionantes recursos que deveriam servir ao fomento produtivo e ao desenvolvimento econômico. Os números são bastante claros, e conhecidos, e basta juntá-los para entender o impacto. (L. Dowbor)
Ladislau Dowbor – Producers, intermediaries and consumers: the price chain approach – fevereiro – 2014, 15p.
Production chains are becoming more complex, with the different tiers frequently belonging to different corporations, and located in different regions or countries. Between the original producers and the end consumer, there are a growing number of commercial, financial and legal intermediaries who tend to make it more difficult to understand how successive tiers of the production chain are reflected in value added and corresponding prices. This paper suggests that more research be concentrated on the price chain that accompanies the production chain, which would give a clearer picture of where inflation is generated, where major irregularities and oligopoly price fixing may be found, as well as where the procyclical reactions take place, generating instability. Therefore, we shall analyze the concept of the price chain, the dynamics of the production chain control, the power of intermediaries – taking the example of commodity traders – and the role of financial intermediation. The final part of the paper presents the impact on wealth concentration, and the need to improve our understanding of the price formation process, in addition to the traditional measurements of inflation. (L. Dowbor)
17 de fevereiro de 2014 at 12:24 lenitaveronica Deixe um comentário
ECA new strategic directions for the transformative development of Africa – Note by the Executive Secretary – march – 2013, 6p.
Criou-se uma articulação entre três instituições de primeira importância, a Comissão Econômica para a África (UNECA), a União Africana (UA) e o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD). Junta-se assim a capacidade de informação e análise, a base política e a capacidade financeira. Ou seja, criou-se, incorporando iniciativas anteriores como a NEPAD, um instrumento de orientação pan-africana das iniciativas de cada país. Isto é vital para um continente onde as infraestruturas e circuitos comerciais nasceram fragmentados e centrífugos, cada país dispondo por exemplo de uma ferrovia ligando a região de exploração de recursos com o porto de exportação, mas com quase nenhuma articulação interna. Bons ventos estao soprando, apesar das imensas dificuldades. Veja o documento oficial (8p, em ingles, marco 2013) com os nove eixos estratégicos aprovados na reunião de Abidjan. Fiz um comentário de 3 paginas, vejam aqui (L. Dowbor)
16 de abril de 2013 at 13:22 lenitaveronica Deixe um comentário
Conferência de 20 minutos (TED) de James Glattfelder (em inglês)
A conferência de 20 minutos (TED) de James Glattfelder (em inglês) é importante. Já divulgamos no ano passado a pesquisa Global Network of Corporate Control, desenvolvida pelo Instituto Federal Suiço de Pesquisa Tecnológica (ETH na sigla alemã), que mostra que 737 grupos controlam 80% do mundo corporativo, e nestes 147 controlam 40%, o que significa uma extrema concentração de poder, jamais vista no planeta, e central na dinâmica da crise mundial que hoje vivemos. Glattfelder conclui que não é conspiração, mas um processo de auto-organização (a self organizing system). O resultado, naturalmente, é um desequilíbrio radical de poder, entre governos, empresas produtivas, e o mundo das corporações financeiras, que representam 75% do núcleo de poder. Vejam também o nosso artigo em português em http://dowbor.org/2012/02/a-rede-do-poder-corporativo-mundial-7.html/
6 de março de 2013 at 14:46 lenitaveronica Deixe um comentário
Banking union is the key next step for eurozone integration
José Manuel Barroso pōe o dedo na ferida de como funciona a engrenagem da crise e aponta rumos na União Europeia: “The crisis has starkly revealed the insufficiencies of existing banking supervision. We must go beyond co-operation and establish an EU-wide supervisory authority, particularly in the eurozone. The link between sovereign debt and bank debt has to be broken once and for all. We must end the vicious circle whereby the use of taxpayers’ funds – more than €4.5tn (£3.5bn) so far – to rescue banks weakens governments’ budgets, while increasingly risk-averse banks stop lending to businesses that need funds, undermining the economy further.” O volume de recursos de impostos transferidos para bancos privados é espantoso, 5,5 trilhoes de dólares. A quebra dos orcamentos públicos é com isto inevitável, o que por sua vez rompe o pacto social do Estado de bemestar. Por sua vez os bancos utilizam estes fundos para especular sobre os juros da divida dos paises mais afetados, em vez de reinvestir nas atividades produtivas, “afundando a economia mais ainda”. Veja o pronunciamento de Barroso (e as propostas) no link abaixo. Note-se (outro artigo do Guardian) que o vice-primeiro Ministro da Inglaterra propós um imposto especial sobre as grandes fortunas no país, com o argumento que é justiça os mais ricos participarem do esforco de reconstruir equilibrios. As reacōes dos conservadores são histéricas. (L. Dowbor)
http://www.guardian.co.uk/business/economics-blog/2012/aug/30/eurozone-integration-banking-union
31 de agosto de 2012 at 10:32 lenitaveronica Deixe um comentário
A Rede do poder corporativo mundial (Ladislau Dowbor)
Ladislau Dowbor, novembro de 2011
O Federal Swiss Technology Institute (ETH) de Zurich publicou o primeiro mapa da rede global de controle das corporações (The network of global corporate control), contribuição de primeira importância.
O relatório mostra, basicamente, que 737 grupos controlam 80% do universo das grandes corporações transnacionais, e que um núcleo duro de 147 corporações controla 40%, e são quase todas corporações financeiras.
Muitos intuiam naturalmente esta realidade, bastando ver como se desenvolve a crise planetária. Mas ter o mapa deste poder é uma contribuição fundamental. E quando os grupos são tão poucos, não é preciso recorrer a nenhuma teoria conspiratória: nada que não se resolva no campo de golfe.
O artigo que apresentamos aqui é essencialmente uma resenha comentada. O artigo original em inglês, que circula muito no planeta, bem como um artigo/comentário interessante do New Scientist britânico (junto com a sua tradução em português) estão disponíveis em http://dowbor.org/ar.asp
22 de novembro de 2011 at 9:35 Sofia Dowbor Deixe um comentário
Brasil: um outro patamar – propostas de estratégias (Ladislau Dowbor)
Crises e Oportunidades, agosto de 2010
Abaixo disponibilizamos a sistematização realizada por Ladislau Dowbor acerca das visões sobre uma Agenda para o Brasil para a próxima década. Partindo de um conjunto de discussões do quadro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), e de eventos anteriores sobre o Brasil pós-crise, o trabalho reúne os principais pontos que caracterizam o novo contexto que o Brasil vive, e identifica os principais desafios e eixos de mudança para os próximos anos.Trata-se de uma importante contribuição para o nosso debate.
» Clique aqui para acessar o documento (arquivo em formato .doc, agosto de 2010, 32 páginas)
10 de agosto de 2010 at 15:04 Sofia Dowbor Deixe um comentário
Os dez mandamentos (edição revista e atualizada por Crises e Oportunidades)
Crises e Oportunidades, abril de 2010
O Altíssimo, depois de alguns milhares de anos, lembrou de uma bola azul que havia criado, e espiou das alturas o que estava acontecendo no planeta. Ao ver como tratamos o planeta herdado, as florestas cortadas, os mares devastados e poluidos, a miséria das favelas, o luxo de nababos capazes de enriquecer mas incapazes de administrar, ao constatar os milhões de esfomeados e as mortes das crianças, o Altíssimo decidiu que precisávamos de Mandamentos mais drásticos, indo para assuntos mais substantivos do que o tradicional “Não Cobiçarás a Mulher do Próximo”. Permitimo-nos aqui reproduzir esta versão revista e atualizada dos Mandamentos, pois achamos que o planeta merece, e precisa. A visão faz parte dos documentos de discussão dos pesquisadores do grupo Crises e Oportunidades.
» Clique aqui para acessar o documento (arquivo em formato .doc – abril de 2010, 7 páginas)
Crises e Oportunidades: uma agenda de mudanças estruturais (textos de apoio)
A brochura que pode ser acessada através do link abaixo apresenta os quatro artigos distribuidos no evento Crises e Oportunidades no Fórum Social Mundial Temático de Salvador, em janeiro de 2010. Amplanente discutido, apresenta rumos, numa visão já não apenas de um outro mundo possível, mas criticamente necessário, frente aos impasses planetários que se avolumam. A brochura apresenta o texto-referência da conferência Crises e Oportunidades em Tempos de Mudança, em português e em inglês, depois o texto de Susan George, também nas duas linguas, o texto de Ignacy Sachs (em inglês) centrado nas mudanças sócio-econômicas necessárias, o de Carlos Lopes (em inglês) sobre o redesenho do sistema de relações internacionais (Sul-Sul) e finalmente uma curta nota de Ladislau Dowbor sobre as particularidades do potencial Brasil. Lembremos que os textos estão em Creative Commons (CC) podendo portanto ser livremente distribuido mas sem fins comerciais. Chamamos particular atenção para a “Agenda” de 12 pontos apresentada no primeiro documento.
» Clique aqui para acessar a brochura (arquivo em formato .pdf, 64 páginas)
Crises and Opportunities in Changing Times (Crises and Opportunities’ Scientific Coordination)
By Carlos Lopes, Ignacy Sachs and Ladislau Dowbor, january 2010
The present paper, co-authored by Ignacy Sachs, Carlos Lopes and Ladislau Dowbor, coordinators of the Crises and Opportunities initiative, was designed as a reference document, or position paper, for our discussions in Salvador and beyond: the environment predicament, reduction of inequality, decent jobs, and reorientation of the productive process according to real priorities. We suggest 12 main lines of intervention, which seem reasonably realistic, and certainly already applied with success in a number of countries. On a wider scale, they could bring about more serious structural change. It should be seen as a starting point for our discussions in Salvador World Social Forum, and is one more contribution to the already important number of paper we have received during the last months.
» Click here to read the article (20 pages) (file in .doc)
20 de janeiro de 2010 at 11:39 Sofia Dowbor Deixe um comentário
Crises e Oportunidades em tempos de mudança (Coordenação Científica Crises e Oportunidades)
Por Carlos Lopes, Ignacy Sachs e Ladislau Dowbor, janeiro de 2010 (atualizado em 2013)
O artigo abaixo, assinado por Ignacy Sachs, Carlos Lopes e Ladislau Dowbor, coordenadores da iniciativa Crises e Oportunidades, visa dar uma visão mais ampla e sistemática dos principais desafios que temos pela frente: o equilíbrio ambiental, a redução da desigualdade, a inclusão produtiva e a mudança do perfil dos processos produtivos em função das prioridades reais. E propõe 12 eixos básicos de intervenção que são ao mesmo tempo razoavelmente viáveis, de toda forma já aplicados com sucesso em numerosas experiências, e se generalizados poderiam levar a mudanças estruturais mais amplas. É realmente um documento de referência, ponto de partida para as nossa reuniões de Salvador, no FSMT-Bahia, e vem enriquecer o acervo já importante de contribuições que recolhemos nestes últimos meses.
Clique aqui para ler o artigo (20 páginas) (arquivo em formato .doc)
Supercapitalismo: a transformação da sociedade (Ladislau Dowbor)
Por Ladislau Dowbor, novembro de 2009
O presente estudo de Robert Reich, “Supercapitalism”, é sem dúvida mais ambicioso que seu anterior “O futuro do sucesso”. Agora ele foca o conjunto das nossas relações econômicas, sociais e culturais, partindo do mesmo capital de conhecimento que lhe foi dado nos anos que passou tentando implementar uma política mais digna nas relações econômicas, no quadro do governo Clinton. Reich sente na ponta dos dedos como se dão as estruturas de poder realmente existentes no que chamou de Supercapitalismo.
Este supercapitalismo, na realidade, é simplesmente o vale-tudo econômico e financeiro que se instalou no quadro do que temos chamado de globalização, e cuja lógica interna o autor destrincha de maneira impressionantemente coerente. Não é aqui um comentário simpático sobre um livro simpático: Reich nos traz realmente uma compreensão das dinâmicas, com inúmeros exemplos práticos de empresas e comportamentos bem documentados, e o tipo de desafios que enfrentamos torna-se muito mais claro. Além do mais, Reich escreve de maneira excepcional: um comentarista do San Francisco Magazine escreveu sobre esta obra: “Reich faz parte de uma espécie muito exótica: um economista que sabe escrever”.
Continue Reading 6 de novembro de 2009 at 15:06 Sofia Dowbor Deixe um comentário
O debate sobre o PIB: estamos fazendo a conta errada (Ladislau Dowbor)
Por Ladisladu Dowbor, 16 de abril de 2009
Crescer por crescer, é a filosofia da célula cancerosa.
Banner colocado por estudantes, na entrada de
uma conferência sobre economia
PIB, como todos devem saber, é o produto interno bruto. Para o comum dos mortais que não fazem contas macroeconômicas, trata-se da diferença entre aparecerem novas oportunidades de emprego (PIB em alta) ou ameaças de desemprego (PIB em baixa). Para o governo, é a diferença entre ganhar uma eleição e perdê-la. Para os jornalistas, é uma ótima oportunidade para darem a impressão de entenderem do que se trata. Para os que se preocupam com a destruição do meio-ambiente, é uma causa de desespero. Para o economista que assina o presente artigo, é uma oportunidade para desancar o que é uma contabilidade clamorosamente deformada.
Peguemos o exemplo de uma alternativa contábil, chamada FIB. Trata-se simplesmente um jogo de siglas, Felicidade Interna Bruta. Tem gente que prefere felicidade interna líquida, questão de gosto. O essencial é que inúmeras pessoas no mundo, e técnicos de primeira linha nacional e internacional, estão cansados de ver o comportamento econômico ser calculado sem levar em conta – ou muito parcialmente – os interesses da população e a sustentabilidade ambiental. Como pode-se dizer que a economia vai bem, ainda que o povo va mal? Então a economia serve para quê?
No Brasil a discussão entrou com força recentemente, em particular a partir do cálculo do IDH (Indicadores de Desenvolvimento Humano), que inclui, além do PIB, a avaliação da expectativa de vida (saúde) e do nível da educação (…)
Continue Reading 24 de agosto de 2009 at 13:56 Sofia Dowbor 4 comentários
Crise financeira: riscos e oportunidades (Ladislau Dowbor)
Por Ladislau Dowbor, 8 de junho de 2009
“É preciso reconhecer e valorizar o papel daqueles que resistiram à agenda do Estado mínimo e ao desmonte das políticas públicas nas últimas décadas e resistiram a entregar a sorte da sociedade aos azares do cassino financeiro, optando por implantar políticas sociais para ordenar a economia e qualificar o desenvolvimento”.
Lula, no Seminário Internacional sobre Desenvolvimento, 5 de março de 2009.
O estudo a seguir dever ser visto não como um resumo – que seria tedioso e artificial – das riquíssimas discussões do Seminário Internacional sobre Desenvolvimento, e sim como um conjunto de reflexões a partir das diversas apresentações, cruzando as palestras, as discussões, e diversas fontes de informação sobre o tema central, que era a identificação das oportunidades que surgem na crise. A verdade é que em duas décadas vimos ruir a visão estatista do desenvolvimento com o Muro de Berlim, e a visão liberal com Wall Street. Constatamos igualmente o ocaso da liderança unilateral dos Estados Unidos, que desde a II Guerra Mundial, através dos acordos de Bretton Woods e mais tarde do Consenso de Washington, a gosto ou contragosto, definiam os rumos do planeta. Estamos, na realidade, virando apenas agora a página do milênio, e nos damos conta do tamanho dos desafios, em comparação com os nossos parcos instrumentos de governança. Neste leque de visões, que envolve desde um repensar do nosso paradigma energético-produtivo nas palavras de Ignacy Sachs, até o funcionamento da nossa intermediação financeira nas reflexões de Conceição Tavares, está se desenhando um novo universo. Buscamos aqui apenas uma sistematização dos desafios, inspirados na diversidade das visões.
» Clique aqui para ler o estudo (arquivo em formato .doc, 26 páginas)
28 de julho de 2009 at 22:17 Sofia Dowbor Deixe um comentário
Nota sobre o Relatório da Conferência da ONU sobre a Crise* (Ladislau Dowbor)
Por Ladislau Dowbor, 30 de junho de 2009
La Crisis representa “una importante oportunidad de efectuar cambios significativos(…). En adelante, nuestra respuesta debe centrarse en la creación de empleo, el aumento de la prosperidad, el mejoramiento del acceso a la salud y a la educación, la corrección de los desequilibrios, la formulación y utilización de vías de desarrollo sostenibles desde los puntos de vista ecológico y social y la adopción de una clara perspectiva de género. Nuestra respuesta también debe reforzar las bases de una globalización justa, inclusiva y sostenible, apoyada en un multilateralismo renovado.”(10)
A nota acima, extraída do Relatório, dá uma idéia da ampla visão de resposta à crise, muito além da dimensão financeira. A amplitude da visão fragiliza, por outro lado, a praticidade das medidas. De toda forma, pelo peso da instituição, é importante ter uma idéia geral do documento, mesmo que seja provisório e comedido. Como o documento, com 16 p., é bastante curto, e disponível no link abaixo, apontamos aqui apenas alguns pontos que nos pareceram mais relevantes.
(*) Conferência sobre a crise financeira e econômica mundial e seus efeitos no desenvolvimento – Distr. Geral, 22 de junho de 2009. Os números entre parêntesis representam o parágrafo do Relatório.
Continue Reading 2 de julho de 2009 at 17:31 Sofia Dowbor 2 comentários
Crise abre espaço para repensar Estado e desenvolvimento (Ladislau Dowbor)
Por Ladislau Dowbor, 10 de março de 2009
O tom do Seminário Internacional sobre o Desenvolvimento, realizado dias 5 e 6 de março, em Brasília, foi dado pelo presidente Lula, ao resgatar o papel do Estado e a responsabilidade dos políticos no enfrentamento da crise financeira mundial. Durante três décadas, as corporações exigiram – e obtiveram – uma total liberdade de ação, ao garantirem que, sem a presença do Estado, resolveriam melhor os problemas do planeta, e que o mercado e a autoregulação constituiriam mecanismos suficientes para assegurar o equilíbrio dos processos econômicos. Na realidade a oligopolização do sistema reduziu drasticamente os mecanismos de concorrência entre as corporações, desarticulando os mercados, e a autoregulação demonstrou ser essencialmente uma ficção. Com a fragilização do Estado e a falência da auto-regulação, gerou-se simplesmente o caos. Disse bem Conceição Tavares: o banco comercial irá respeitar limites se o Banco Central os impuser. Isto vale para os Estados Unidos e vale para o Brasil.
O evento teve evidentemente a crise financeira como ponto de referência, mas o seu tema era o Desenvolvimento. Ou seja, trata-se não só de recompor a capacidade de ação dos intermediários financeiros, mas de colocar no centro o papel que lhes cabe, que consiste em canalizar de maneia racional os recursos que administram, em função dos objetivos que são da sociedade. Não basta ter intermediários financeiros “sólidos”, se esta solidez não se coloca a serviço do desenvolvimento.
Continue Reading 9 de maio de 2009 at 15:36 Sofia Dowbor Deixe um comentário
A crise financeira sem mistérios (Ladislau Dowbor)
Neste artigo de fevereiro de 2009 (atualizado em julho), Ladislau Dowbor apresenta os principais encadeamentos da crise financeira. Partindo dos mecanismos imediatos que a desencadearam, o artigo analisa a deterioração dos mecanismos e das instituições de regulação, bem como o papel chave que os Estados Unidos desempenham.
Na linha da avaliação dos impactos, o artigo busca delinear quem deverá em última instância pagar pela bancarrota do cassino, analisando como a especulação financeira contribui para a concentração de renda, e como os mecanismos se dão de maneira diferenciada no Brasil.
Na parte final são apresentados dois grupos de propostas: o primeiro com aquelas que visam manter o sistema, mas melhorar a sua regulação; e o segundo com aquelas que compreendem a crise como oportunidade para que os problemas da alocação racional de recursos em função dos dramas sociais e ambientais possam ser trabalhados de maneira mais ampla: é a crise no seu contexto mais amplo, na sua dimensão de oportunidade de resgate do desenvolvimento sustentável.
» Clique aqui para ler o artigo, atualizado em julho de 2009 (30 páginas)
9 de fevereiro de 2009 at 14:56 Sofia Dowbor Deixe um comentário
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