Posts tagged ‘crise internacional’
Publisher’s Column: Public Banks Can Create 50 Wall Streets
Enquanto os gigantesco casino mundial continua, com cinco anos já de caos financeiro, gera-se uma crescente tendência para se repensar o sistema financeiro de modo geral. Conforme apresentamos no estudo A Crise Financeira sem Mistérios, há propostas para mudanças pontuais, destinadas a corrigir o sistema, como o Dodd-Frank Act do Obama, atualmente em fase de diluição pelos Republicanos, e propostas mais amplas, de mudança do sistema. O presente texto busca as alternativas mais profundas. Vale a pena acompanhar (L. Dowbor)
21 de novembro de 2012 at 10:18 lenitaveronica Deixe um comentário
Banking union is the key next step for eurozone integration
José Manuel Barroso pōe o dedo na ferida de como funciona a engrenagem da crise e aponta rumos na União Europeia: “The crisis has starkly revealed the insufficiencies of existing banking supervision. We must go beyond co-operation and establish an EU-wide supervisory authority, particularly in the eurozone. The link between sovereign debt and bank debt has to be broken once and for all. We must end the vicious circle whereby the use of taxpayers’ funds – more than €4.5tn (£3.5bn) so far – to rescue banks weakens governments’ budgets, while increasingly risk-averse banks stop lending to businesses that need funds, undermining the economy further.” O volume de recursos de impostos transferidos para bancos privados é espantoso, 5,5 trilhoes de dólares. A quebra dos orcamentos públicos é com isto inevitável, o que por sua vez rompe o pacto social do Estado de bemestar. Por sua vez os bancos utilizam estes fundos para especular sobre os juros da divida dos paises mais afetados, em vez de reinvestir nas atividades produtivas, “afundando a economia mais ainda”. Veja o pronunciamento de Barroso (e as propostas) no link abaixo. Note-se (outro artigo do Guardian) que o vice-primeiro Ministro da Inglaterra propós um imposto especial sobre as grandes fortunas no país, com o argumento que é justiça os mais ricos participarem do esforco de reconstruir equilibrios. As reacōes dos conservadores são histéricas. (L. Dowbor)
http://www.guardian.co.uk/business/economics-blog/2012/aug/30/eurozone-integration-banking-union
31 de agosto de 2012 at 10:32 lenitaveronica Deixe um comentário
Crescimento econômico e desigualdade – as novidades pós Consenso de Washington (Carlos Lopes)
O estudo de Carlos Lopes apresenta uma rápida visão de conjunto das mudanças em curso, e dos desafios, com particular ênfase na realidade africana, mas também nas mudanças nos conceitos econômicos que o aprofundamento da crise exige. Um bom complemento ao Crise e Oportunidade em Tempos de Mudança apresentado em 2010.
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Carlos Lopes*, julho de 2011
A palavra “pós” tornou-se num lugar-comum, sendo usada nas várias vertentes dos cenários da globalização, assinalando a ruína de conceitos ocidentais usados durante muito tempo para explicar e governar o mundo. Com a crise avassaladora que atingiu os países ricos(2) e o falhanço dos sistemas financeiros que regem a economia global, entramos numa nova era. Ela é caracterizada por mudanças não só conjunturais, mas também estruturais. È uma profunda transformação que afecta percepções e distribuição de poder. Será esta transformação o fim do chamado Consenso de Washington?
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O que significa o Consenso de Washington?
O termo Consenso de Washington tem origem num conjunto de regras básicas, identificadas pelo economista John Williamson em 1990, baseadas no pensamento político e opiniões que ele acreditava reunirem consenso amplo naquela época. O conjunto de medidas incluía: 1) disciplina fiscal; 2) redução dos gastos públicos; 3) reforma tributária; 4) determinação de juros pelo mercado; 5) câmbio dependente igualmente do mercado; 6) liberalização do comercio; 7) eliminação de restrições para o investimento estrangeiro direto 8) privatização das empresas estatais; 9) desregulamentação (afrouxamento das leis económicas e do trabalho); 10) respeito e acesso regulamentado à propriedade intelectual. A referência a “consenso” significou que esta lista foi baseada num conjunto de ideias partilhadas, na época, pelos círculos de poder de Washington, incluindo o Congresso e a Administração dos Estados Unidos da América (Tesouro e Federal Reserve Bank), por um lado, e instituições internacionais com sede em Washington, tais como o FMI e o Banco Mundial, por outro, apoiados por uma série de grupos de reflexão e economistas influentes. (mais…)
25 de setembro de 2011 at 21:28 Sofia Dowbor Deixe um comentário
Crise avança mais rápida e forte e favorece avanço de novo sistema (Amir Khair)
O aprofundamento gradual da crise lembra a frase clássica em inglês, “slow-motion catastrophe”. É uma máquina descontrolada que vai gerando um aprofundamento das desigualdades, impasses críticos na área ambiental, e um caos no próprio funcionamento do sistema. Na fase I da crise, de transferência de recursos públicos para o sistema especulativo mundial, houve colaboração internacional dos países, e era compreensível pois eram todos movidos pelas mesmas pressões. Nesta segunda fase, de repasse dos buracos nos orçamentos públicos para as populaçãoes e os países mais fracos, a busca é de cada um se proteger. Não aparece no horizonte qualquer capacidade de regulação internacional. O Brasil, na visão de Amir Khair, tem de reforçar o mercado interno, o que gera maior resiliência frente ao sistema mundial, e reduzir o peso do sistema especulativo financeiro que se apoia na Selic elevada e nos juros extorsivos do sistema bancário comercial.
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Amir Khair, 19 de julho de 2011
O sistema capitalista sofre seu mais duro golpe, ao evidenciar que é inviável por ser incapaz de controlar os fluxos financeiros que caminham com vida própria, independente da produção de bens e serviços da chamada economia real.
Ao invés de se apoiar no atendimento das necessidades de acesso da maior parte da população mundial especialmente das marginalizadas dos países ditos em desenvolvimento aos bens e serviços, endereçou sua expansão artificializando o excesso de consumo da população dos países do centro do capitalismo, (Estados Unidos, Europa e Japão). Essa artificialização se manifestou via empréstimos sem controle, ampliando volumes crescentes de títulos podres, que se espalharam como um câncer em expansão exponencial sem possibilidade de ser contido.
Partiu do princípio que esse sistema se auto-regularia, o que ficou evidenciado ser impossível. Está sendo duramente vitimado pela sua própria contradição interna, qual seja, ser incapaz de se desenvolver distribuindo os benefícios criados pelos trabalhadores e, pelo descontrole dos fluxos financeiros internacionais em busca desenfreada de lucros nas movimentações, que ultrapassam em volume centenas de vezes a movimentação de mercadorias. (mais…)
28 de julho de 2011 at 15:04 Sofia Dowbor Deixe um comentário
Grecia arde y la democracia europea se pone de rodillas (Bruno Lima Rocha e Fábio López López)
Estamos avançando na segunda fase da crise. Aqui no Brasil não sentimos tanto, mas no conjunto, entre a dívida astronômica dos Estados Unidos, e o dominó da Europa, a economia mundial sente impactos cada vez mais profundos. Artigos recentes de Amartya Sen, de Joseph Stiglitz e de Paul Krugman apontam claramente os desdobramentos: crise gerada pelo sistema especulativo financeiro mundial, transformada em crise por déficit público (de algum lugar teve de sair o dinheiro para os bancos), por sua vez transformado em crise social e política (alguém tem de pagar o déficil público), e neste caso quem tem de apertar o cinto não são os donos das fantásticas fortunas geradas pelos mecanismos financeiros (40% dos lucros corporativos nos Estados Unidos – The Economist), e sim de preferência os países mais frágeis. Estes aderiram ao euro pensando aderir ao mundo rico, mas hoje se vêm travados por não poder ter política monetária própria. Os euros, que – dizem – vão para a Grécia (e outros), nunca chegam à Grécia, são simplesmente transferidos para os seus credores, os mesmos que geraram a crise. O círculo se fecha, mas a crise se aprofunda.
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Bruno Lima Rocha e Fábio López López, julho de 2011
El 29 de junio de 2011 se produce una amarga derrota para la idea de democracia europea en general y, particularmente, deja a Grecia de rodillas frente al Fondo Monetario Internacional (FMI), quien está operando como cabeza de puente de los agentes del sistema financiero para comprometer a la banca oficial en la Europa unificada. A pesar de que en la cultura política griega hay un alto nivel de violencia y conflicto, lo que se vio ultrapasa unos simples enfrentamientos con manifestantes revueltos. Lo espantoso y calamitoso es un gobierno de centro-izquierda (del PASOK) electo (uno más de entre tantos) para frenar la “crisis”, que termina sirviendo como ariete de los financistas contra los derechos de las mayorías, significando para sus electores algo dramático, una puñalada por la espalda, una traición profunda. Grecia, España y Portugal despiertan asustadas del sueño de prosperidad europeo, sostenido por el Euro, Alemania y Francia y retornan al sur del mundo, de donde en teoría habrían salido hace más de treinta años.
En el Viejo Mundo, la llamada crisis de las subprimes, o como dicen los manifestantes del 15-M español, “la estafa con nombre de crisis”, retoma el concepto del “Sur de Europa”, o Semiperiferia. Hay algo en común entre España, Portugal y Grecia, además de haber sido los últimos países europeos en realizar la transición a la democracia representativa y haber recibido enormes fondos de la Unión Europea. Estos tres Estados perdieron cualquier capacidad de decisión soberana sobre sus propios recursos y destinos, condicionando así las aspiraciones de sus mayorías democráticamente ejercidas a un juego de “haz de cuenta que”. Gobierno que entra o gobierno que sale, y a partir de los convenios y paquetes firmados con el FMI, dejan un mínimo margen de maniobra a los nuevos ejecutivos y bloques parlamentarios de sustentación. (mais…)
19 de julho de 2011 at 21:45 Sofia Dowbor Deixe um comentário
Manifesto de economistas defende controle de capital (Carta Maior)
Por Carta Maior, fevereiro de 2011
Um grupo de economistas dos Estados Unidos e de outros países enviaram um manifesto à secretária de Estado, Hillary Clinton, ao secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, e ao embaixador Ron Kirk, do Escritório de Comércio dos EUA, defendendo a adoção de mecanismos de controle de capitais especulativos como instrumento para enfrentar a crise financeira global.
» Veja matéria completa no site do Mercado Ético.
8 de fevereiro de 2011 at 15:28 Sofia Dowbor Deixe um comentário
Why the IMF and the international monetary system nedd more than cosmetic reform (Yilmaz Akyüz)
Crises e Oportunidades, novembro de 2010
Apresentamos aqui o texto importante de Yilmaz Akyuz, do South Center, sobre o sistema internacional de regulação financeira. O FMI tem formalmente o papel de assegurar “o bem estar público global da estabilidade financeira”. Não se pode dizer que esteja à altura. Entre outros porque nos tempos de “boom” especulativo os especuladores não precisam do FMI e este não tem poder de intervenção. E nos tempos de crise, segundo Akyuz, “a dívida privada é jogada em cima do setor público”. Depois busca-se os remédios. Esta visão da necessidade de um sistema preventivo global envolve evidentemente muito mais do que mudanças cosméticas na regulação financeira global, e é este desenho que o autor empreende. Agradecemos a Carlos Lopes por este envio.
» Clique aqui para acessar o documento em inglês (arquivo em formato .pdf, nov. de 2010, 45 páginas)
16 de novembro de 2010 at 13:27 Sofia Dowbor Deixe um comentário
¿Guerra de divisas?, por supuesto (Immanuel Wallerstein)
O texto de Wallerstein, por curto e superficial que seja, explicita uma preocupação latente de muitos analistas: o desconforto de quem tem reservas em dólar ou em títulos do governo americano é crescente, o déficit externo americano é dificilmente sustentável, a armadilha de quem acumulou reservas em dólar e se vê constrangido a sustentá-lo para evitar perdas maiores não garante nenhuma estabilidade. O cassino financeiro especulativo mundial e a ausência de um sistema equilibrado de moeda para trocas internacionais, que não dependa de um só país, se conjugam de maneira cada vez mais preocupante.
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Por Immanuel Wallerstein, novembro de 2010
Las divisas son un problema económico muy particular. Porque las divisas son la verdadera relación donde unos ganan y otros pierden. Sean cuales sean los méritos de la revaluación o devaluación de una divisa particular, estos méritos son ganancias sólo si otros pierden. No puede todo mundo devaluar al mismo tiempo. Es imposible lógicamente y por tanto carece de sentido en lo político.
La situación mundial es bien conocida. Hemos estado viviendo en un mundo donde el dólar estadunidense ha sido la divisa mundial de reserva. Esto, por supuesto, le ha dado a Estados Unidos un privilegio que ningún otro país tiene. Puede imprimir su divisa a voluntad, siempre que piense que al hacerlo resuelve algún problema económico inmediato. Ningún otro país puede hacer esto; o más bien ningún otro país puede hacerlo sin penalización mientras el dólar se mantenga como la divisa de reserva aceptada.
Es también muy conocido que, por algún tiempo ya, el dólar ha estado perdiendo su valor en relación con otras divisas. Pese a las fluctuaciones continuas, la curva ha sido descendente tal vez durante 30 años por lo menos. (mais…)
8 de novembro de 2010 at 13:20 Sofia Dowbor Deixe um comentário
Ricos, decadentes e malvados (Antonio Martins)
Crises e Oportunidades, agosto de 2010
A crise financeira de 2008 saiu do horizonte brasileiro de assuntos críticos. A visão mais ampla, é que a perigosa dinâmica de dominó que facilmente afeta os especuladores financeiros – incluídos aqui tanto os grandes bancos do primeiro mundo como as empresas produtivas que resolveram se arriscar no ganho fácil – foi estancada.Teceram-se louvores aos governos que tomaram atitudes corajosas, assumindo os imensos buracos financeiros dos grupos privados, estancando a quebradeira. Mas a realidade simples é que o déficit privado foi transformado em déficit público. O déficit público tem de ser coberto de altguma maneira.Poderia-se buscar a redução dos privilégios (lucros acumulados e bonus faraônicos que continuam a ser pagos), mas isto geraria sacrifícios aparentemente inadmissíveis no topo da pirâmide.
Assim, esta segunda fase da crise, que não é mais de transferência de recursos públicos para os especuladores, mas do déficit público para a população, se desenvolve de maneira muito mais lenta, pois um Estado não “fecha”, mas muito ampla. No essencial, trata-se de fazer pagar aos políticamente mais frágeis – como sempre os “de baixo” – através da redução dos benefícios sociais. O déficit de dezenas de bilhões de um grupo financeiro será coberto por pequenos déficits distribuídos em milhões de famílias. Este processo foi batizado de política de austeridade, de política responsável. Fala-se em medidas duras que um governo assume pois saberá sacrificar a sua popularidade frente às necessidades da nação. Discursos neste sentido ocupam toda a Europa, e em breve se estenderão aos Estados Unidos. Na realidade, como tão bem denunciam Paul Krugman, Hazel Henderson e tantos outros, trata-se de uma escandalosa transferência dos impactos da crise para quem não a provocou. Os efeitos, desde os 10% de desemprego nos EUA até os 30% de desemprego jovem na UE, são devastadores. E ao reduzirem a demanda na base da sociedade, adiam as dificuldades.
Nos últimos textos que temos colocado neste blog Crises e Oportunidades, envolvendo em particular o texto “Brasil: um Outro Patamar”, temos focado esta fase II da crise. A seguir, disponibilizamos o artigo “Ricos, decadentes e malvados”, de Antonio Martins, uma importante contribuição para a compreensão dessas novas dinâmicas.
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Por Antonio Martins, agosto de 2010
Diante da crise, governos dos países ricos investem contra os direitos sociais — especialmente na Europa. Baseada em dogmas e nos interesses das elites, tendência pode deprimir a economia internacional. Mas o mundo já não segue o velho Norte.
Em silêncio, porém rapidamente, alguns dos símbolos de civilização e prosperidade que tornavam o “primeiro mundo” orgulhoso e cobiçado estão se desfazendo.
Continue Reading 16 de agosto de 2010 at 16:05 Sofia Dowbor Deixe um comentário
El EURO; De salida, si. (José Fernando Pérez Oya)
Neste mês de junho de 2010 a Espanha se debate com outras economias mais frágeis da UE, com déficit público, um desemprego generalizado, e as propostas do governo de que devemos ser “virtuosos e austeros”. Os do andar de baixo da economia, naturalmente, porque se fossemos exigir austeridade dos intermediários financeiros, estariamos prejudicando “a economia”. O mecanismo aparece de forma bastante clara: os rombos especulativos foram tarnsformados em déficits públicos, o que deu a muitos a feliz impressão de que a crise passou. Mas o rombo apenas mudou de lugar, e agora os mesmos intermediários financeiros exigem que haja “austeridade”, em particular com a redução de compensações por desemprego, bem como de políticas sociais como saúde e educação. É um absurdo amplamente denunciado por Paul Krugman. No artigo abaixo, de José Fernando Pérez Oya, ex-analista da economia européia para as Nações Unidas, aparece a amarga denúncia da armadilha montada, e que ameaça vários países. Reflete bem a indignação que está se gerando.
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Por José Fernando Pérez Oya, maio de 2010
Me permito, por haber sido uno de los escasos economistas que se opusieron públicamente en España al tratado de Maastricht, (En la revista gallega “Analise Empresarial Primeros meses de 2004) el ofrecer unas pequeñas reflexiones sobre nuestra economía y una posible, pero difícil salida por parte de un débil, pusilánime gobierno, y doblegado a la vergonzosa sumisión de nuestra soberanía a los dictados de política económica dictados por las instituciones de una U.E. dominada por una dogmática reaccionaria y dominante actitud alemana, refrendada por otras naciones. El dominio de una ideología neoliberal y de una política económica en ella inspirada ha obligado a nuestro país a introducir unas injustas y deflacionistas medidas fiscales que gravan seriamente el bienestar de la mayoría de la población y que impedirán o retrasaran gravemente la recuperación de nuestra economía. La situación mundial del balance ideológico y económico suscita hoy en muchos países una desconcertada opinión pública porque el descrédito de las teorizaciones monetaristas, de las “expectativas racionales”, y otras que han venido estructurando el discurso neoconservador aparecen hoy discursivamente gastadas pero, paradójicamente, su poder social, sobre todo en Europa, se incrementa trágicamente, imponiendo un lejano e hipotético ajuste a través del doloroso incremento del marxista “ejército de reserva” o sea el de unos atemorizados parados o amenazados empleados, muy debilitados y por tanto más proclives a aceptar el falso estímulo de unos bajos salarios conducentes a hipotéticos mayores beneficios y renovadas inversiones. No se nos habla apenas de economía de la oferta pero se destruyen los estímulos a la demanda total agitando el miedo al déficit fiscal.
Continue Reading 16 de junho de 2010 at 12:04 Sofia Dowbor Deixe um comentário
O risco sistêmico (Mário Murteira)
Por Mario Murteira, junho de 2010
Resumo: Num contexto de «risco sistémico» generalizado, são necessários agentes ágeis, capazes de actuação eficaz no mercado global. É preciso prever, prevenir ou superar, quanto possível, os factos nocivos de maior ou menor envergadura que se associam aos diferentes tipos de risco, no referente à segurança das pessoas, à degradação ambiental, à saúde pública ou ao rendimento individual. Encontramos aqui a necessidade de certo tipo de regulação de múltiplas dimensões.
Palavras-chave: risco sistémico, globalização financeira, regulação
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I
Todos sabemos que o mundo tem mudado muito, e cada vez mais depressa, em particular desde as últimas décadas do século passado. A tão falada «globalização» cuja última vaga, iniciada por volta dos anos 1970, torna o mundo cada vez interdependente, aliada ao acelerado desenvolvimento científico e tecnológico, tem contribuído não só para «mudar o mundo», mas sobretudo mudar a nossa maneira de vê-lo. E também de vivê-lo, mesmo sem darmos por isso.
Tudo contribuindo, e de diversas formas, para a coexistência e convivência em certo ponto do tempo de pessoas e de sociedades de grande diversidade de culturas, conhecimentos, modos de vida e ideologias ou «visões do mundo». Numa interpretação optimista, a de Alain Touraine (1), o mundo ocidental após a conquista da democracia política, terá conquistado a democracia social (social-democracia, Welfare State, etc.), dirigindo-se agora para a democracia cultural.
Continue Reading 15 de junho de 2010 at 11:10 Sofia Dowbor Deixe um comentário
A crise em marcha (Amir Khair)
Por Amir Khair, 6 de junho de 2010
Publicado no jornal O Estado de São Paulo
A cada dia parece se confirmar que a crise grega é apenas a ponta do iceberg da verdadeira crise, que poderá atingir progressivamente toda a Europa num duplo mergulho, e daí repercutir econômica e financeiramente para o resto do mundo.
Para evitar o calote na dívida da Grécia a providência foi a garantia ao pagamento dos títulos dessa dívida pelo Banco Central Europeu (BCE), junto com o socorro financeiro de países da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI). Em troca o governo grego se obrigou a compromissos de aperto fiscal e consequente redução da atividade econômica. A “saída” dada pelo BCE, UE e FMI funciona mais como um paliativo, tentando empurrar o problema para frente, agravando-o.
Esse socorro financeiro traz dois problemas fiscais, que me parecem sem solução, pois crescem as despesas com o serviço da dívida pelo forte aumento do endividamento e cai a arrecadação pela redução da atividade econômica e pelo aumento da inadimplência dos contribuintes, ou seja, forma-se um “sanduíche” fiscal.
A suposição do socorro financeiro é que a redução das despesas públicas seja suficiente para superar esses dois problemas. Parece que os sacrifícios necessários para comprimir as despesas podem fracassar, devido à reação da população em aceitar as perdas que terá que sofrer. As manifestações populares podem gerar desdobramentos políticos difíceis de equacionar.
Em síntese, para a equação fechar, há forte risco da redução de despesas não ser suficiente para compensar as despesas com a elevação do serviço da dívida mais a queda da arrecadação. Assim, será necessário reduzir o valor a ser pago no serviço da dívida, ou seja, seu deságio, com perda para os credores.
Continue Reading 10 de junho de 2010 at 18:23 Sofia Dowbor Deixe um comentário
Olhando o futuro (Amir Khair)
Por Amir Khair, 11 de abril de 2010
Publicado no jornal O Estado de São Paulo
Em artigo de 28 de fevereiro indagava se não estaria em marcha um novo paradigma para o desenvolvimento do sistema capitalista. Volto hoje ao tema procurando desenvolvê-lo um pouco mais. Em síntese o artigo se baseou no fato de haver um descolamento crescente entre o desenvolvimento dos países emergentes e dos desenvolvidos. De fato, segundo dados do Fundo Monetário Internacional na média anual dos últimos dez anos, entre 2000 e 2009, os países desenvolvidos cresceram 1,6% e os emergentes 5,8%, ou seja, quatro vezes mais. Os destaques foram para China e Índia com crescimentos de 9,9% e 7,1% respectivamente. Entre os países desenvolvidos, os Estados Unidos lideraram o crescimento com 1,8%, seguido pelo Reino Unido com 1,7% e França com 1,5%. Alemanha e Japão, apenas 0,8%. Os países membros da Zona do Euro cresceram 1,3%. A América Latina cresceu 2,9%, o Brasil, 3,3% e o pior desempenho da região foi do México, com 1,8%, pois sua economia ficou colada na economia americana.
Este processo de descolamento tenderá a se acentuar com a recente crise financeira, que expôs a fragilidade financeira, monetária e fiscal dos países desenvolvidos, cujas conseqüências ainda se farão sentir por alguns anos.
Como avaliado no artigo, este processo vem ocorrendo há vários anos em decorrência da expansão natural do capital na direção da minimização de custos de mão de obra e de localização da expansão geográfica do consumo mundial, que se dá em favor dos países emergentes. A consequência deste processo tem sido a transferência de oferta de empregos dos países desenvolvidos para os emergentes, com uma incorporação sem precedentes de novos consumidores, o que reforça os movimentos do capital para esses últimos.
Continue Reading 12 de abril de 2010 at 12:27 Sofia Dowbor Deixe um comentário
Da grande implosão às alternativas – Quatro hípoteses provocadoras (Antonio Martins)
Por Antonio Martins, janeiro de 2010
O abrandamento da crise está deixando perplexa parte da sociedade civil planetária. Este sentimento indica que é preciso repensar nossos conceitos sobre a superação do capitalismo
Um fantasma assombra a esquerda e os movimentos sociais, especialmente na Europa: o pavor de fracassar, diante de uma oportunidade história. No último Fórum Social Mundial, em janeiro de 2009 (em Belém, Amazônia brasileira), parte da sociedade civil sonhou alto. A crise global do capitalismo, então em sua fase mais dramática, foi vista por muitos como um sinal de que o sistema poderia desabar sobre si mesmo. Os mercados financeiros haviam dominado tão completamente o mundo da politica que seria impossível restabelecer controle sobre eles – exceto com mudanças políticas muito profundas. Mesmo instituições recém-criadas, como o G20, tenderiam a se mostrar impotentes – ou, pior, tentariam jogar o peso da crise sobre as costas das sociedades. A única hipótese humanizadora seria uma mobilação inédita das sociedades, com milhões de pessoas nas ruas contra a tirania dos mercados. Como tais previsões não se confirmaram – e como crescem, na Europa, as tendências políticas e sociais ao conservadorismo e à ultra-direita – os que apostaram nelas parecem desanimados e confusos.
Este artigo lança, como provocação, quatro hipóteses contra tal pessimismo. Elas argumentam, em seu conjunto, que não há base real para este sentimento: ele é provocado por uma atitude conservadora. Embora tenha havido enormes transformações na sociedade e na política, nas últimas décadas, parte dos que lutam por um mundo novo continua se orientando por projetos e posturas que faziam sentido nos séculos 19 e 20 – mas hoje conduzem à impotência. Em cenários assim, o pessimismo equivale a uma cilada perfeita e circular. Ao produzir uma visão ilusória da realidade, ele torna inefetivas nossas ações. Esta ausência leva a desperdiçar as oportunidades existentes – e gera, naturalmente, mais desencanto e inação. Não será, portanto, possível reverter o ciclo enquanto persistirem as concepções deformadoras.
Continue Reading 29 de janeiro de 2010 at 11:51 Sofia Dowbor Deixe um comentário
Cobrar impuestos a los especuladores (Paul Krugman)
Paul krugman, publicado na Revista Sin Permiso em dezembro de 2009
Es hora de echar arena a las ruedas de las finanzas. ¿Deberíamos usar los impuestos para frenar la especulación financiera? Sí, dicen las autoridades británicas, que supervisan la City de Londres, uno de los dos grandes centros bancarios del mundo. Otros Gobiernos europeos se muestran de acuerdo, y tienen razón.
Por desgracia, las autoridades estadounidenses -en especial el secretario del Tesoro Timothy Geithner- se oponen rotundamente a la propuesta. Esperemos que recapaciten: gravar las transacciones financieras es una idea de lo más oportuna en este momento.
El debate se inició en agosto, cuando Adair Turner, máximo regulador financiero británico, propuso un impuesto sobre las transacciones financieras como forma de disuadir actividades “socialmente inútiles”. La propuesta atrajo a Gordon Brown, el primer ministro británico, que decidió presentarla este mes en la reunión del Grupo de las 20 economías más importantes.
¿Por qué es ésta una buena idea? La propuesta de Turner-Brown es la versión moderna de una idea lanzada en 1972 por el fallecido James Tobin, economista de Yale y ganador del Premio Nobel. Tobin sostenía que la especulación monetaria -dinero que se mueve a escala internacional para apostar por las fluctuaciones de los tipos de cambio- tenía un efecto perturbador en la economía mundial. Para reducir estas perturbaciones, proponía cobrar un pequeño impuesto cada vez que se cambiase moneda.
Continue Reading 16 de dezembro de 2009 at 17:32 Sofia Dowbor Deixe um comentário
Ecology of Finance (nef)
an alternative white paper on banking and financial sector reform
Stephen Spratt and Sargon Nissan, novembro de 2009
A New Economics Foundation de Londres apresenta um estudo interessante sobre as necessárias reformas do sistema financeiro, estudo que os autores caracterizam com um “Alternative White Paper”, alternativo ao documento oficial de propostas do governo britânico. No essencial, os autores mostram que concentrar o sistema financeiro constitui um erro básico, equivalente a “colocar mais e mais ovos em menos cestos”. A visão de um sistema com menos latifúndios financeiros, e mais diversidade nas estruturas e objetivos, com unidades mais flexíveis e mais próximas do usuário final, nos traz uma visão de soluções institucionais que vale a pena ver. O objetivo básico do sistema é caracterizado como segue:
To facilitate the allocation and deployment of economic resources, both spatially and temporally, to environmentally sustainable activities that maximise long-term financial and social returns under conditions of uncertainty.
» Clique aqui para ler o resumo executivo (5 páginas) ou o estudo completo (59 páginas) (arquivo em formato .pdf)
13 de dezembro de 2009 at 10:36 Sofia Dowbor Deixe um comentário
Crise internacional: balanço e possíveis desdobramentos (IPEA)
O estudo do Ipea sobre a evolução da crise financeira, divulgado em novembro de 2009, dá a medida da insegurança em que estamos evoluindo. Diz bem Conceição Tavares que estamos navegando “de bolha em bolha”. A conclusão do estudo, coordenado por Milko Matijascic, dá bem a idéia do terreno movediço que são hoje as atividades financeiras.
“Diante de todo o conjunto de informações apresentado, é preciso atestar que pouco se sabe sobre os prováveis desdobramentos e muito dependerá das decisões políticas para a recomposição da ordem global por meio da transformação das instituições e do arcabouço jurídico-institucional. Em outras palavras, é preciso se acostumar com um horizonte de incertezas e tomar ciência das condições reinantes para enfrentar os desafios reais da retomada do desenvolvimento em bases efetivamente sustentáveis.” (p.18)
Ganhar fortunas sem enfrentar o trabalhoso ofício de produzir bens e serviços, continuará por enquanto, até a próxima crise, a render muito.
» Clique aqui para ler o documento (arquivo em formato .pdf, 18 páginas)
24 de novembro de 2009 at 14:43 Sofia Dowbor Deixe um comentário
A experiência indiana & perspectivas para os países em desenvolvimento (IPC-IG)
O Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo (IPC-IG), antigo International Poverty Centre, publicou uma entrevista com Dr. Alakh Sharma, Diretor do Instituto para Desenvolvimento Humano (IHD), Nova Delhi e Dr. Bhaskar Chatterjee, Conselheiro da Comissão de Planejamento da Índia. Abaixo, um trecho da entrevista:
“(…) medidas de proteção social, parte importante do crescimento inclusivo, devem estar tanto nos planos político como no econômico. Essas questões tem sido priorizadas ao redor do mundo, especialmente nos países emergentes. Elas possuem suporte político? Sim, hoje possuem e devem possuir. Existe uma enorme necessidade à nível comunitário, forte pressão da sociedade civil e das pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza. Em nossa jornada rumo ao crescimento inclusivo, temos que nos certificar que cada uma dessas pessoas que se encontram em desvantagem seja parceira no progresso. Somente assim que países podem ir pra frente.”
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14 de setembro de 2009 at 14:40 Sofia Dowbor
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1.02 billion people hungry (FAO)
A nota a seguir está baseada em um estudo produzido pela FAO em junho de 2009: More people than ever are victims of hunger (pdf)
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por Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO), 19 de junho de 2009
1.02 billion people hungry
One sixth of humanity undernourished – more than ever before
World hunger is projected to reach a historic high in 2009 with 1 020 million people going hungry every day, according to new estimates published by FAO today.
The most recent increase in hunger is not the consequence of poor global harvests but is caused by the world economic crisis that has resulted in lower incomes and increased unemployment. This has reduced access to food by the poor, the UN agency said.
“A dangerous mix of the global economic slowdown combined with stubbornly high food prices in many countries has pushed some 100 million more people than last year into chronic hunger and poverty,” said FAO Director-General Jacques Diouf. “The silent hunger crisis — affecting one sixth of all of humanity — poses a serious risk for world peace and security. We urgently need to forge a broad consensus on the total and rapid eradication of hunger in the world and to take the necessary actions.”
Continue Reading 23 de julho de 2009 at 19:51 Sofia Dowbor 1 comentário
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