Posts tagged ‘economia’

Crescimento econômico e desigualdade – as novidades pós Consenso de Washington (Carlos Lopes) 

O estudo de Carlos Lopes apresenta uma rápida visão de conjunto das mudanças em curso, e dos desafios, com particular ênfase na realidade africana, mas também nas mudanças nos conceitos econômicos que o aprofundamento da crise exige. Um bom complemento ao Crise e Oportunidade em Tempos de Mudança apresentado em 2010.
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Carlos Lopes*, julho de 2011

A palavra “pós” tornou-se num lugar-comum, sendo usada nas várias vertentes dos cenários da globalização, assinalando a ruína de conceitos ocidentais usados durante muito tempo para explicar e governar o mundo. Com a crise avassaladora que atingiu os países ricos(2) e o falhanço dos sistemas financeiros que regem a economia global, entramos numa nova era. Ela é caracterizada por mudanças não só conjunturais, mas também estruturais. È uma profunda transformação que afecta percepções e distribuição de poder. Será esta transformação o fim do chamado Consenso de Washington?
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O que significa o Consenso de Washington?

O termo Consenso de Washington tem origem num conjunto de regras básicas, identificadas pelo economista John Williamson em 1990, baseadas no pensamento político e opiniões que ele acreditava reunirem consenso amplo naquela época. O conjunto de medidas incluía: 1) disciplina fiscal; 2) redução dos gastos públicos; 3) reforma tributária; 4) determinação de juros pelo mercado; 5) câmbio dependente igualmente do mercado; 6) liberalização do comercio; 7) eliminação de restrições para o investimento estrangeiro direto 8) privatização das empresas estatais; 9) desregulamentação (afrouxamento das leis económicas e do trabalho); 10) respeito e acesso regulamentado à propriedade intelectual. A referência a “consenso” significou que esta lista foi baseada num conjunto de ideias partilhadas, na época, pelos círculos de poder de Washington, incluindo o Congresso e a Administração dos Estados Unidos da América (Tesouro e Federal Reserve Bank), por um lado, e instituições internacionais com sede em Washington, tais como o FMI e o Banco Mundial, por outro, apoiados por uma série de grupos de reflexão e economistas influentes. (mais…)

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25 de setembro de 2011 at 21:28 Deixe um comentário

Crise avança mais rápida e forte e favorece avanço de novo sistema (Amir Khair) 

O aprofundamento gradual da crise lembra a frase clássica em inglês, “slow-motion catastrophe”. É uma máquina descontrolada que vai gerando um aprofundamento das desigualdades, impasses críticos na área ambiental, e um caos no próprio funcionamento do sistema. Na fase I da crise, de transferência de recursos públicos para o sistema especulativo mundial, houve colaboração internacional dos países, e era compreensível pois eram todos movidos pelas mesmas pressões. Nesta segunda fase, de repasse dos buracos nos orçamentos públicos para as populaçãoes e os países mais fracos, a busca é de cada um se proteger. Não aparece no horizonte qualquer capacidade de regulação internacional. O Brasil, na visão de Amir Khair, tem de reforçar o mercado interno, o que gera maior resiliência frente ao sistema mundial, e reduzir o peso do sistema especulativo financeiro que se apoia na Selic elevada e nos juros extorsivos do sistema bancário comercial.
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Amir Khair, 19 de julho de 2011

O sistema capitalista sofre seu mais duro golpe, ao evidenciar que é inviável por ser incapaz de controlar os fluxos financeiros que caminham com vida própria, independente da produção de bens e serviços da chamada economia real.

Ao invés de se apoiar no atendimento das necessidades de acesso da maior parte da população mundial especialmente das marginalizadas dos países ditos em desenvolvimento aos bens e serviços, endereçou sua expansão artificializando o excesso de consumo da população dos países do centro do capitalismo, (Estados Unidos, Europa e Japão). Essa artificialização se manifestou via empréstimos sem controle, ampliando volumes crescentes de títulos podres, que se espalharam como um câncer em expansão exponencial sem possibilidade de ser contido.

Partiu do princípio que esse sistema se auto-regularia, o que ficou evidenciado ser impossível. Está sendo duramente vitimado pela sua própria contradição interna, qual seja, ser incapaz de se desenvolver distribuindo os benefícios criados pelos trabalhadores e, pelo descontrole dos fluxos financeiros internacionais em busca desenfreada de lucros nas movimentações, que ultrapassam em volume centenas de vezes a movimentação de mercadorias. (mais…)

28 de julho de 2011 at 15:04 Deixe um comentário

Grecia arde y la democracia europea se pone de rodillas (Bruno Lima Rocha e Fábio López López) 

Estamos avançando na segunda fase da crise. Aqui no Brasil não sentimos tanto, mas no conjunto, entre a dívida astronômica dos Estados Unidos, e o dominó da Europa, a economia mundial sente impactos cada vez mais profundos. Artigos recentes de Amartya Sen, de Joseph Stiglitz e de Paul Krugman apontam claramente os desdobramentos: crise gerada pelo sistema especulativo financeiro mundial, transformada em crise por déficit público (de algum lugar teve de sair o dinheiro para os bancos), por sua vez transformado em crise social e política (alguém tem de pagar o déficil público), e neste caso quem tem de apertar o cinto não são os donos das fantásticas fortunas geradas pelos mecanismos financeiros (40% dos lucros corporativos nos Estados Unidos – The Economist), e sim de preferência os países mais frágeis. Estes aderiram ao euro pensando aderir ao mundo rico, mas hoje se vêm travados por não poder ter política monetária própria. Os euros, que – dizem – vão para a Grécia (e outros), nunca chegam à Grécia, são simplesmente transferidos para os seus credores, os mesmos que geraram a crise. O círculo se fecha, mas a crise se aprofunda.
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Bruno Lima Rocha e Fábio López López, julho de 2011

El 29 de junio de 2011 se produce una amarga derrota para la idea de democracia europea en general y, particularmente, deja a Grecia de rodillas frente al Fondo Monetario Internacional (FMI), quien está operando como cabeza de puente de los agentes del sistema financiero para comprometer a la banca oficial en la Europa unificada. A pesar de que en la cultura política griega hay un alto nivel de violencia y conflicto, lo que se vio ultrapasa unos simples enfrentamientos con manifestantes revueltos. Lo espantoso y calamitoso es un gobierno de centro-izquierda (del PASOK) electo (uno más de entre tantos) para frenar la “crisis”, que termina sirviendo como ariete de los financistas contra los derechos de las mayorías, significando para sus electores algo dramático, una puñalada por la espalda, una traición profunda. Grecia, España y Portugal despiertan asustadas del sueño de prosperidad europeo, sostenido por el Euro, Alemania y Francia y retornan al sur del mundo, de donde en teoría habrían salido hace más de treinta años.

En el Viejo Mundo, la llamada crisis de las subprimes, o como dicen los manifestantes del 15-M español, “la estafa con nombre de crisis”, retoma el concepto del “Sur de Europa”, o Semiperiferia. Hay algo en común entre España, Portugal y Grecia, además de haber sido los últimos países europeos en realizar la transición a la democracia representativa y haber recibido enormes fondos de la Unión Europea. Estos tres Estados perdieron cualquier capacidad de decisión soberana sobre sus propios recursos y destinos, condicionando así las aspiraciones de sus mayorías democráticamente ejercidas a un juego de “haz de cuenta que”. Gobierno que entra o gobierno que sale, y a partir de los convenios y paquetes firmados con el FMI, dejan un mínimo margen de maniobra a los nuevos ejecutivos y bloques parlamentarios de sustentación. (mais…)

19 de julho de 2011 at 21:45 Deixe um comentário

Artigos sobre controle de capitais (Boletim Carta Maior)

Por Carta Maior, 19 de abril de 2011

CONTROLE DE CAPITAIS: a expressão voltou a frequentar o noticiário econômico internacional nos últimos meses. Não é por acaso. Os efeitos da crise financeira e econômica de 2008 ainda se propagam pelo planeta. Um deles manifesta-se sob a forma do aumento dos fluxos de capitais para economias de países em desenvolvimento. É o caso do Brasil, por exemplo, que neste momento pratica uma política de juros que tem grande atração sobre esse capital. Esse movimento é bom ou ruim para a economia brasileira? O novo especial da Carta Maior procura chamar a atenção para os riscos dessa situação e apresenta argumentos de economistas e pesquisadores do Brasil e de outros países defendendo a importância da adoção de mecanismos de controle de capitais para evitar as armadilhas dos fluxos de capitais especulativos.


A bolha restaurada (ou a turbulência em céu azul) 
O duplo choque ao qual estão sujeitos os países periféricos, após o desdobramento da crise de 2008, traz novos constrangimentos e não pode ser gerido tão somente com instrumentos macroeconômicos convencionais, sob pena de produzir graves crises nesses países. Por exemplo, a tentativa de reduzir o choque inflacionário decorrente do aumento de preços das commodities, por meio da política monetária, além de relativamente inócuo, exacerba a atração de novos capitais. Deixar a moeda nacional apreciar como resposta, compromete de modo significativo a competitividade das exportações de manufaturados. O artigo é de Ricardo Carneiro.  > LEIA MAIS Economia | 19/04/2011


Como enfrentar inflação e câmbio
O Brasil não é uma ilha no mundo globalizado, ou seja, inflação e câmbio mantêm forte dependência da economia global. As elevações de preços de alimentos e commodities atingem todos os países e são componentes importantes da inflação. Existe, portanto, um risco real de inflação neste ano no Brasil, que pode aproximá-la de 6%. Quanto ao câmbio o Brasil tem contra si para valorizar o real a forte elevação da liquidez internacional e a alta taxa Selic que atraem esses capitais com elevados ganhos, sem riscos. O artigo é de Amir Khair.
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Divagações sobre moeda internacional e movimento de capitais 
Agarrados aos salva-vidas lançados com generosidade pelo Estado, gestor em última instância do dinheiro – esse bem público objeto da cobiça privada – os senhores da finança tratam de restaurar as práticas de todos os tempos. Neste momento o mundo dança ao ritmo imposto pelo “dinheiro caçando rendimentos”. Os gestores do capital líquido saíram à caça das moedas (e ativos) dos emergentes e das commodities, enquanto o dólar segue uma trajetória de declínio, depois da valorização observada nos primeiros meses de crise. O artigo é de Luiz Gonzaga Belluzzo.
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“Está claro que o consenso de Washington já morreu”
Em entrevista ao jornal Página/12, o ministro da Economia da Argentina, Amado Boudou, diz que está se abrindo um novo cenário para o debate da economia mundial. Alguns dos elementos desse debate, acrescenta, apareceram na reunião dos ministros do G-20 e na assembleia conjunta do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial. Entre eles, destaca-se o debate sobre a regulação de capitais especulativos e a adoção por parte dos Estados de políticas ativas para promover a inclusão social. “As principais potências do mundo estão assinando o atestado de óbito do Consenso de Washington”, resume.
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Como o Brasil pode defender-se da financeirização
Será que o Brasil realmente precisa recorrer a um crédito externo que poderia ser criado no próprio país para cobrir os gastos internos? O que interessa ao Brasil é salvar sua economia do sobreendividamento, principalmente de dívidas com credores externos. (…) Artigo de Michael Hudson.
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Quem quer parar o Brasil e por quê?
Na visão da economista Leda Paulani, da USP, em conversa com Carta Maior, o Brasil materializou nos últimos anos um pedaço da sociedade prevista na Constituição Cidadã de 1988. Estavam delineados ali, no seu entender, alguns dos impulsos mais fortes à expansão do mercado interno, finalmente viabilizados nos últimos anos. No entanto, ressalta, “existe uma análise ortodoxa que acusa esse processo de conduzir a sociedade a um esgotamento de sua capacidade produtiva; como se a demanda avançasse além da oferta possível com o pleno emprego dos recursos e potencialidades disponíveis no sistema”. A terapia embutida nesse diagnóstico, critica, pode interromper esse processo.
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“Brasil precisa se proteger e cuidar das contas externas”
A economista Maria da Conceição Tavares defendeu nesta sexta-feira, durante a Conferência do Desenvolvimento, promovida pelo IPEA, em Brasília, que o Brasil deve proteger sua economia, reverter o processo de sobrevalorização do real e adotar mecanismos de controle de capital para evitar um ataque especulativo. Em sua fala, ela deixou algumas sugestões para o futuro governo Dilma: “Eu diria que a primeira preocupação agora é, sem dúvida nenhuma, com o setor externo. Se ele continuar assim vai haver degradação da indústria, déficit crescente da balança de pagamentos e uma fragilidade externa que na crise de 2008 nós não tivemos”. O artigo é de Katarina Peixoto.
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Manifesto de economistas defende controle de capital
Documento assinado por dezenas de economistas dos EUA e de outros países, foi encaminhado a autoridades do governo norte-americano defendendo a adoção de mecanismos de controle de capitais especualtivos como instrumento para enfrentar a crise financeira. “Dada a severidade da crise financeira global e sua extensão, as nações precisarão de todas as ferramentas possíveis que estiverem ao seu alcance para evitar e mitigar a crise financeira”, afirma o manifesto assinado, entre outros, por Joseph Stiglitz, James K. Galbraith e Ricardo Hausmann.
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27 de abril de 2011 at 16:38 Deixe um comentário

Remédio em excesso mata (Amir Khair) 

Por Amir Khair, fevereiro de 2011

Os remédios têm em suas bulas a posologia, ou seja, as dosagens que podem ser tomadas para produzir o melhor efeito no combate ao problema de saúde. O médico, após o diagnóstico, tem que decidir qual o remédio ministrar e a posologia adequada ao tratamento.

O mesmo ocorre para a economia. Uma das doenças a ser tratada é a inflação e o remédio mais usado tem sido uma alta taxa básica de juros, a Selic. A partir do dia 06/dez um novo remédio foi usado pelo Banco Central (BC) visando conter “certos excessos do mercado de crédito”. Ele impôs uma reserva maior de dinheiro pelos bancos quando concederem empréstimos para consumidores com prazo acima de dois anos. No caso de automóveis, essa reserva varia conforme a entrada que o comprador do veículo der. Além disso, o BC elevou o recolhimento compulsório dos bancos, tirando da economia cerca de R$ 65 bilhões.

Os efeitos deste remédio foram eficazes e imediatos, pois de acordo com o BC, até o final de janeiro, a taxa do crédito pessoal subiu de 40,3% para 49,4% ao ano, o prazo médio reduziu de cinco para quase três anos e a média diária das concessões de crédito pessoal caiu 19%! No caso dos veículos, a taxa do financiamento subiu cinco pontos nos bancos convencionais e quatro nos bancos de montadoras, o prazo médio recuou de três anos e meio para menos de três e a concessão de crédito caiu 45% nos bancos convencionais e 35% nos bancos das montadoras. (mais…)

28 de fevereiro de 2011 at 15:09 Deixe um comentário

Plataforma por uma economia inclusiva, verde e responsável (Instituto Ethos)

Crises e Oportunidades, fevereiro de 2011

Muito importante a plataforma de discussão que acaba de ser divulgada pelo Instituto Ethos. Pelo peso das corporações, as tragédias sociais e ambientais acumuladas não se resolverão sem que as empresas assumam um papel mais responsável. Ponto escorregadio a considerar: onde está escrito na p. 16 “reduzir a carga tributária”, não é certamente o caso, a tarefa é “equilibrar a carga tributária”. Vejam dados recentes do Amir Khair, com o crescimento econômico a carga tributária está em 33%, não é alta sob nenhum ponto de vista, mas sim péssimamente distribuída em termos de incidência, qualidade e gerenciamento do imposto, e precária na alocação. Outro ponto que me parece essencial é a democratização do acesso so conhecimento, vital nesta nova geração de iniciativas econômicas. Vejam por exemplo as recomendações da UNEP de que o conjunto das tecnologias verdes deveriam ser liberadas e não travadas, de forma a que possam ser aplicadas por todas as esferas produtivas. Mas a visão geral, que envolve a articulação não apenas do “tripple bottom line” (econômico, social e ambiental) mas também da qualidade democrática dos processos, presente em diversas partes do texto, é muito importante. Eu deixaria mais explícita ainda. O processo faz parte dos resultados. Uma mesa sólida tem quatro pés. É o alicerce de que precisamos.
(L. Dowbor)

» Clique aqui para acessar o documento (arquivo em formato .pdf, fev. de 2011, 16 páginas)

25 de fevereiro de 2011 at 14:51 Deixe um comentário

Gastos com a política social: alavanca para o crescimento com distribuição de renda (IPEA, Comunicado Nº 75) 

Crises e Oportunidades, fevereiro de 2011

O comunicado Nº75 do IPEA traz um excelente estudo sobre o impacto dos gastos com a política social no Brasil, vistos na perspectiva de dinamização do crescimento com distribuição de renda. O estudo tem tudo a ver com a nossa plataforma de discussão sobre a crise, ao estudar os efeitos multiplicadores (ou não) de diversos tipos de gastos públicos. Os dados comprovam a necessidade de se articular políticas sociais e econômicas, na linha por exemplo de A Hora da Igualdadade , da Cepal.

Organizado por Jorge Abrahão, Joana Mostafa e Pedro Herculano, este texto mostra os impactos diferenciados em diversos setores de cada aumento de 1% de gastos públicos. A educação é a que apresenta maior efeito multiplicador. Estamos assim evoluindo do conceito de “gasto social” para “investimento social”.

“O gasto do governo com o pagamento de benefícios e prestação de bens e serviços se converteu velozmente em consumo de alimentos, serviços e produtos industriais básicos que dinamizaram a produção, estimularam o emprego, multiplicaram a renda e reduziram a pobreza e a miséria extrema. Os benefícios sociais do sistema tiveram um papel estratégico como alavancadores da economia nacional, particularmente no momento da crise financeira internacional de 2008, quando o valor e o número de benefícios cresceram.”

Trata-se de um texto curto (16 páginas) que mostra em particular que investir no “andar de baixo” da economia tira o país da crise e melhora a qualidade de vida, além de permitir repor os gastos públicos pelo efeito multiplicador sobre os impostos. Já repassar dinheiro para banqueiros…

» Clique aqui para acessar o documento (arquivo em formato .pdf, fev. de 2011, 16 páginas)

21 de fevereiro de 2011 at 19:13 Deixe um comentário

Manifesto de economistas defende controle de capital (Carta Maior)

Por Carta Maior, fevereiro de 2011

Um grupo de economistas dos Estados Unidos e de outros países enviaram um manifesto à secretária de Estado, Hillary Clinton, ao secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, e ao embaixador Ron Kirk, do Escritório de Comércio dos EUA, defendendo a adoção de mecanismos de controle de capitais especulativos como instrumento para enfrentar a crise financeira global.

» Veja matéria completa no site do Mercado Ético.

8 de fevereiro de 2011 at 15:28 Deixe um comentário

Câmbio e inflação (Amir Khair) 

O texto de Amir Khair define claramente as opções para a política macroeconômica para os próximos anos. Curto e claro como são os seus textos, ajuda muito a entender a relação entre juros, dívida, inflação e câmbio. Lembremos que foi recentemente inserido neste blog o excelente texto de Nelson Barbosa e José António Pereira (A Inflexão do Governo Lula) com uma análise em profundidade da evolução dos últimos anos. O tema é vital: a crise financeira internacional foi inicialmente sanada, nos países desenvolvidos que a geraram, pela transformação de rombos privados em défict público. Agora, buscam transferir o ônus público para a população, e frente ao custo político deste tipo de operação (curiosamente qualificada de “austeridade responsável”), fragiliza-se a colaboração internacional anti-crise da fase inicial. Em outros termos, instabilidade no horizonte, o que torna medidas de precaução no Brasil particularmente importantes. Lembremos mais uma vez que o presente blog é uma plataforma de discussão que está servindo de apoio científico e de informação a numerosos atores, e que contribuições são bem-vindas.
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Amir Khair, 14 de novembro de 2010
Publicado no jornal O Estado de São Paulo

O que controla a inflação? Segundo o mercado financeiro e o Banco Central (BC) é a Selic que serve para regular a demanda. Será que cumpre essa função? Não creio.

Descolamento. Além da massa salarial, o que influencia a demanda são os juros ao consumidor e este se descolou da Selic faz tempo. É bom recordar. Ao final de 2008 foi demitido o presidente do Banco do Brasil (BB), que discordou da orientação do governo para reduzir as taxas de juros. O mercado reagiu fazendo em dois dias despencar o preço das ações do BB, pois baixar juros iria prejudicar seus lucros. Na prática o BB se expandiu, os lucros cresceram e o preço das ações após oito meses tinham dobrado e agora já triplicaram.

Com a redução das taxas de juros e a expansão do BB e Caixa Econômica Federal (CEF) para ajudar no combate à crise financeira, ocorreu o descolamento dos juros ao consumidor em relação à Selic. Desde dezembro de 2008 até abril deste ano a Selic passou de 13,75% para 8,75% com queda de 5,0 pontos percentuais (pp). Nesse período a redução dos juros para as empresas foi de 4,4 pp e para os consumidores 16,8 pp. A partir de maio o BC elevou a Selic até 10,75% subindo 2,0 pp e os juros para as empresas subiram 2,7 pp e para os consumidores caíram (!) 1,7 pp. (mais…)

18 de novembro de 2010 at 15:27 1 comentário

Why the IMF and the international monetary system nedd more than cosmetic reform (Yilmaz Akyüz) 

Crises e Oportunidades, novembro de 2010

Apresentamos aqui o texto importante de Yilmaz Akyuz, do South Center, sobre o sistema internacional de regulação financeira. O FMI tem formalmente o papel de assegurar “o bem estar público global da estabilidade financeira”. Não se pode dizer que esteja à altura. Entre outros porque nos tempos de “boom” especulativo os especuladores não precisam do FMI e este não tem poder de intervenção. E nos tempos de crise, segundo Akyuz, “a dívida privada é jogada em cima do setor público”. Depois busca-se os remédios. Esta visão da necessidade de um sistema preventivo global envolve evidentemente muito mais do que mudanças cosméticas na regulação financeira global, e é este desenho que o autor empreende. Agradecemos a Carlos Lopes por este envio.

» Clique aqui para acessar o documento em inglês (arquivo em formato .pdf, nov. de 2010, 45 páginas)

16 de novembro de 2010 at 13:27 Deixe um comentário

¿Guerra de divisas?, por supuesto (Immanuel Wallerstein) 

O texto de Wallerstein, por curto e superficial que seja, explicita uma preocupação latente de muitos analistas: o desconforto de quem tem reservas em dólar ou em títulos do governo americano é crescente, o déficit externo americano é dificilmente sustentável, a armadilha de quem acumulou reservas em dólar e se vê constrangido a sustentá-lo para evitar perdas maiores não garante nenhuma estabilidade. O cassino financeiro especulativo mundial e a ausência de um sistema equilibrado de moeda para trocas internacionais, que não dependa de um só país, se conjugam de maneira cada vez mais preocupante.
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Por Immanuel Wallerstein, novembro de 2010

Las divisas son un problema económico muy particular. Porque las divisas son la verdadera relación donde unos ganan y otros pierden. Sean cuales sean los méritos de la revaluación o devaluación de una divisa particular, estos méritos son ganancias sólo si otros pierden. No puede todo mundo devaluar al mismo tiempo. Es imposible lógicamente y por tanto carece de sentido en lo político.
La situación mundial es bien conocida. Hemos estado viviendo en un mundo donde el dólar estadunidense ha sido la divisa mundial de reserva. Esto, por supuesto, le ha dado a Estados Unidos un privilegio que ningún otro país tiene. Puede imprimir su divisa a voluntad, siempre que piense que al hacerlo resuelve algún problema económico inmediato. Ningún otro país puede hacer esto; o más bien ningún otro país puede hacerlo sin penalización mientras el dólar se mantenga como la divisa de reserva aceptada.

Es también muy conocido que, por algún tiempo ya, el dólar ha estado perdiendo su valor en relación con otras divisas. Pese a las fluctuaciones continuas, la curva ha sido descendente tal vez durante 30 años por lo menos. (mais…)

8 de novembro de 2010 at 13:20 Deixe um comentário

A inflexão do governo Lula: política econômica, crescimento e distribuição de renda (Nelson Barbosa e José Antonio Pereira de Souza) 

Crises e Oportunidades, outubro de 2010

Os autores produziram um descrição excepcional, em termos de qualidade e clareza, de como o Brasil “navegou” na crise financeira mundial de 2008, o que em si constitui excelente leitura, mas sobretudo explicitam os meacanismos que articulam as macrovariáveis da economia, não através de teoria geral, mas mostrando as medidas adotadas e os seus impactos. Uma rara ocasião para entender como funciona o “miolo” da economia, e as razões do sucesso.

Segundo os próprios autores, “durante o governo Lula, o Brasil iniciou uma nova fase de desenvolvimento econômico e social, em que se combinam crescimento econômico com redução nas desigualdades sociais. Sua característica principal é a retomada do papel do Estado no estímulo ao desenvolvimento e no planejamento de longo prazo. Nos últimos anos, o crescimento do produto interno bruto acelerou, o número de famílias abaixo da linha de pobreza descresceu, e milhões de pessoas ingressaram na classe média, isto é, na economia formal e no mercado de consumo de massa. A aceleração do desenvolvimento econômico e social foi alcançada com manutenção da estabilidade macroeconômica, isto é, com controle da inflação, redução do endividamento do setor público e diminuição da vulnerabilidade das contas externas do país diante de choques internacionais. O objetivo deste texto é apresentar um resumo da política econômica que possibilitou tal desempenho.”

» Clique aqui para acessar o documento (arquivo em formato .pdf, out. de 2010, 42 páginas)

6 de outubro de 2010 at 16:45 Deixe um comentário

Livro Riscos e Oportunidades

Crises e Oportunidades, setembro de 2010

Abaixo disponibilizamos o link de acesso para o livro Riscos e Oportunidades onde estão reunidos os principais artigos da iniciativa Crises e Oportunidades.
Embora também possam ser acessados individualmente, os artigos aparecem aqui reunidos em um único arquivo para facilidade de consulta e citação.

» Livro Riscos e Oportunidades (arquivo em formato .pdf, 272 páginas, 2010)

30 de setembro de 2010 at 10:09 Deixe um comentário

Desafios (Amir Khair)

Amir Khair tem o dom de explicitar coisas relevantes de maneira direta e simples. A nota abaixo apresenta os nossos desafios internos e externos, na linha em particular das marcro-variáveis, vale a pena. Estamos navegando, como país, de forma relativamente estável num mundo de equilíbrios precários.
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Por Amir Khair, 12 de setembro de 2010
Publicado no jornal o Estado de São Paulo

O Brasil experimentou significativo avanço nos fundamentos macroeconômicos nos últimos anos. As previsões para este ano apontam para um crescimento econômico próximo a 8% com inflação tendendo a 4,5%, independentemente da equivocada elevação da Selic a partir de abril. As reservas internacionais superam US$ 260 bilhões e são maiores que a dívida externa do País. Destoa, no entanto, o déficit nas contas externas que poderá atingir US$ 50 bilhões.

Para o próximo governo os desafios na área macroeconômica serão maiores: manter crescimentos superiores a 5%, inflação abaixo de 4,5% e equilíbrio nas contas internas e externas.

Este artigo apresenta como contribuição ao debate, comentários e sugestões para atingir esses objetivos.

Continue Reading 15 de setembro de 2010 at 13:49 Deixe um comentário

El EURO; De salida, si. (José Fernando Pérez Oya) 

Neste mês de junho de 2010 a Espanha se debate com outras economias mais frágeis da UE, com déficit público, um desemprego generalizado, e as propostas do governo de que devemos ser “virtuosos e austeros”. Os do andar de baixo da economia, naturalmente, porque se fossemos exigir austeridade dos intermediários financeiros, estariamos prejudicando “a economia”. O mecanismo aparece de forma bastante clara: os rombos especulativos foram tarnsformados em déficits públicos, o que deu a muitos a feliz impressão de que a crise passou. Mas o rombo apenas mudou de lugar, e agora os mesmos intermediários financeiros exigem que haja “austeridade”, em particular com a redução de compensações por desemprego, bem como de políticas sociais como saúde e educação. É um absurdo amplamente denunciado por Paul Krugman. No artigo abaixo, de José Fernando Pérez Oya, ex-analista da economia européia para as Nações Unidas, aparece a amarga denúncia da armadilha montada, e que ameaça vários países. Reflete bem a indignação que está se gerando.
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Por José Fernando Pérez Oya, maio de 2010

Me permito, por haber sido uno de los escasos economistas que se opusieron públicamente en España al tratado de Maastricht, (En la revista gallega “Analise Empresarial Primeros meses de 2004) el ofrecer unas pequeñas reflexiones sobre nuestra economía y una posible, pero difícil salida por parte de un débil, pusilánime gobierno, y doblegado a la vergonzosa sumisión de nuestra soberanía a los dictados de política económica dictados por las instituciones de una U.E. dominada por una dogmática reaccionaria y dominante actitud alemana, refrendada por otras naciones. El dominio de una ideología neoliberal y de una política económica en ella inspirada ha obligado a nuestro país a introducir unas injustas y deflacionistas medidas fiscales que gravan seriamente el bienestar de la mayoría de la población y que impedirán o retrasaran gravemente la recuperación de nuestra economía. La situación mundial del balance ideológico y económico suscita hoy en muchos países una desconcertada opinión pública porque el descrédito de las teorizaciones monetaristas, de las “expectativas racionales”, y otras que han venido estructurando el discurso neoconservador aparecen hoy discursivamente gastadas pero, paradójicamente, su poder social, sobre todo en Europa, se incrementa trágicamente, imponiendo un lejano e hipotético ajuste a través del doloroso incremento del marxista “ejército de reserva” o sea el de unos atemorizados parados o amenazados empleados, muy debilitados y por tanto más proclives a aceptar el falso estímulo de unos bajos salarios conducentes a hipotéticos mayores beneficios y renovadas inversiones. No se nos habla apenas de economía de la oferta pero se destruyen los estímulos a la demanda total agitando el miedo al déficit fiscal.

Continue Reading 16 de junho de 2010 at 12:04 Deixe um comentário

O risco sistêmico (Mário Murteira)

Por Mario Murteira, junho de 2010

Resumo: Num contexto de «risco sistémico» generalizado, são necessários agentes ágeis, capazes de actuação eficaz no mercado global. É preciso prever, prevenir ou superar, quanto possível, os factos nocivos de maior ou menor envergadura que se associam aos diferentes tipos de risco, no referente à segurança das pessoas, à degradação ambiental, à saúde pública ou ao rendimento individual. Encontramos aqui a necessidade de certo tipo de regulação de múltiplas dimensões.

Palavras-chave: risco sistémico, globalização financeira, regulação
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I
Todos sabemos que o mundo tem mudado muito, e cada vez mais depressa, em particular desde as últimas décadas do século passado. A tão falada «globalização» cuja última vaga, iniciada por volta dos anos 1970, torna o mundo cada vez interdependente, aliada ao acelerado desenvolvimento científico e tecnológico, tem contribuído não só para «mudar o mundo», mas sobretudo mudar a nossa maneira de vê-lo. E também de vivê-lo, mesmo sem darmos por isso.

Tudo contribuindo, e de diversas formas, para a coexistência e convivência em certo ponto do tempo de pessoas e de sociedades de grande diversidade de culturas, conhecimentos, modos de vida e ideologias ou «visões do mundo». Numa interpretação optimista, a de Alain Touraine (1), o mundo ocidental após a conquista da democracia política, terá conquistado a democracia social (social-democracia, Welfare State, etc.), dirigindo-se agora para a democracia cultural.

Continue Reading 15 de junho de 2010 at 11:10 Deixe um comentário

A crise em marcha (Amir Khair)

Por Amir Khair, 6 de junho de 2010
Publicado no jornal O Estado de São Paulo

A cada dia parece se confirmar que a crise grega é apenas a ponta do iceberg da verdadeira crise, que poderá atingir progressivamente toda a Europa num duplo mergulho, e daí repercutir econômica e financeiramente para o resto do mundo.

Para evitar o calote na dívida da Grécia a providência foi a garantia ao pagamento dos títulos dessa dívida pelo Banco Central Europeu (BCE), junto com o socorro financeiro de países da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI). Em troca o governo grego se obrigou a compromissos de aperto fiscal e consequente redução da atividade econômica. A “saída” dada pelo BCE, UE e FMI funciona mais como um paliativo, tentando empurrar o problema para frente, agravando-o.

Esse socorro financeiro traz dois problemas fiscais, que me parecem sem solução, pois crescem as despesas com o serviço da dívida pelo forte aumento do endividamento e cai a arrecadação pela redução da atividade econômica e pelo aumento da inadimplência dos contribuintes, ou seja, forma-se um “sanduíche” fiscal.

A suposição do socorro financeiro é que a redução das despesas públicas seja suficiente para superar esses dois problemas. Parece que os sacrifícios necessários para comprimir as despesas podem fracassar, devido à reação da população em aceitar as perdas que terá que sofrer. As manifestações populares podem gerar desdobramentos políticos difíceis de equacionar.

Em síntese, para a equação fechar, há forte risco da redução de despesas não ser suficiente para compensar as despesas com a elevação do serviço da dívida mais a queda da arrecadação. Assim, será necessário reduzir o valor a ser pago no serviço da dívida, ou seja, seu deságio, com perda para os credores.

Continue Reading 10 de junho de 2010 at 18:23 Deixe um comentário

Olhando o futuro (Amir Khair) 

Por Amir Khair, 11 de abril de 2010
Publicado no jornal O Estado de São Paulo

Em artigo de 28 de fevereiro indagava se não estaria em marcha um novo paradigma para o desenvolvimento do sistema capitalista. Volto hoje ao tema procurando desenvolvê-lo um pouco mais. Em síntese o artigo se baseou no fato de haver um descolamento crescente entre o desenvolvimento dos países emergentes e dos desenvolvidos. De fato, segundo dados do Fundo Monetário Internacional na média anual dos últimos dez anos, entre 2000 e 2009, os países desenvolvidos cresceram 1,6% e os emergentes 5,8%, ou seja, quatro vezes mais. Os destaques foram para China e Índia com crescimentos de 9,9% e 7,1% respectivamente. Entre os países desenvolvidos, os Estados Unidos lideraram o crescimento com 1,8%, seguido pelo Reino Unido com 1,7% e França com 1,5%. Alemanha e Japão, apenas 0,8%. Os países membros da Zona do Euro cresceram 1,3%. A América Latina cresceu 2,9%, o Brasil, 3,3% e o pior desempenho da região foi do México, com 1,8%, pois sua economia ficou colada na economia americana.

Este processo de descolamento tenderá a se acentuar com a recente crise financeira, que expôs a fragilidade financeira, monetária e fiscal dos países desenvolvidos, cujas conseqüências ainda se farão sentir por alguns anos.

Como avaliado no artigo, este processo vem ocorrendo há vários anos em decorrência da expansão natural do capital na direção da minimização de custos de mão de obra e de localização da expansão geográfica do consumo mundial, que se dá em favor dos países emergentes. A consequência deste processo tem sido a transferência de oferta de empregos dos países desenvolvidos para os emergentes, com uma incorporação sem precedentes de novos consumidores, o que reforça os movimentos do capital para esses últimos.

Continue Reading 12 de abril de 2010 at 12:27 Deixe um comentário

Um novo modelo de desenvolvimento rural (Guilherme Cassel) 

Por Guilherme Cassel*, outubro de 2009

O Censo Agropecuário 2006, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), jogou luz sobre o campo brasileiro mostrando qual é o setor mais produtivo, que gera mais empregos e que coloca alimentos mais saudáveis na mesa da população brasileira. Esse setor é o da agricultura familiar.

Apesar de ocupar apenas um quarto da área cultivada, a agricultura familiar responde por 38% do valor da produção (ou R$ 54,4 bilhões). Mesmo cultivando uma área menor, a agricultura familiar é responsável por garantir a segurança alimentar do País, gerando os principais produtos da cesta básica consumida pelos brasileiros. A agricultura familiar emprega quase 75% da mão de obra no campo e é responsável pela segurança alimentar dos brasileiros, produzindo 70% do feijão, 87% da mandioca, 58% do leite e 46% do milho, entre produtos consumidos pela população. O Censo mostra ainda que existem 4.367.902 estabelecimentos de agricultura familiar no Brasil, que representam 84,4% do total, (5.175.489), mas ocupam apenas 24,3% (80,25 milhões de hectares) da área dos estabelecimentos agropecuários brasileiros.

No período entre 1985 e 1995, o número de estabelecimentos até 10 hectares caiu significativamente e a área cultivada por eles também. Já de 1995 a 2006, a área da agricultura familiar continuou praticamente a mesma, mas o número de estabelecimentos aumentou, o que indica que esse processo não se deu à custa da migração do campo para a cidade, como ocorria no passado.

*Guilherme Cassel é engenheiro civil e ministro de Estado do Desenvolvimento Agrário.

Continue Reading 21 de dezembro de 2009 at 14:24 Deixe um comentário

Cobrar impuestos a los especuladores (Paul Krugman) 

Paul krugman, publicado na Revista Sin Permiso em dezembro de 2009

Es hora de echar arena a las ruedas de las finanzas. ¿Deberíamos usar los impuestos para frenar la especulación financiera? Sí, dicen las autoridades británicas, que supervisan la City de Londres, uno de los dos grandes centros bancarios del mundo. Otros Gobiernos europeos se muestran de acuerdo, y tienen razón.

Por desgracia, las autoridades estadounidenses -en especial el secretario del Tesoro Timothy Geithner- se oponen rotundamente a la propuesta. Esperemos que recapaciten: gravar las transacciones financieras es una idea de lo más oportuna en este momento.

El debate se inició en agosto, cuando Adair Turner, máximo regulador financiero británico, propuso un impuesto sobre las transacciones financieras como forma de disuadir actividades “socialmente inútiles”. La propuesta atrajo a Gordon Brown, el primer ministro británico, que decidió presentarla este mes en la reunión del Grupo de las 20 economías más importantes.

¿Por qué es ésta una buena idea? La propuesta de Turner-Brown es la versión moderna de una idea lanzada en 1972 por el fallecido James Tobin, economista de Yale y ganador del Premio Nobel. Tobin sostenía que la especulación monetaria -dinero que se mueve a escala internacional para apostar por las fluctuaciones de los tipos de cambio- tenía un efecto perturbador en la economía mundial. Para reducir estas perturbaciones, proponía cobrar un pequeño impuesto cada vez que se cambiase moneda.

Continue Reading 16 de dezembro de 2009 at 17:32 Deixe um comentário

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